Pais denunciam larvas na merenda escolar das crianças na unidade escolar "Pólo Paiolzinho". | Créditos: Divulgação / WhatsApp
Publicado em: 11 de Março, 2024 | Fonte: Fábio Marchi
Corumbá - Sem fiscalização efetiva da Câmara de Vereadores de Corumbá e do Ministério Público Estadual “presente” na Cidade Branca, o Executivo Corumbaense parece não ter limites para o descaso com a Educação e com a Saúde Pública: desta vez o absurdo veio da Escola Municipal Rural “Pólo Paiolzinho”, onde pais denunciam a presença de larvas na merenda escolar dos alunos daquela localidade - e segundo os responsáveis das crianças, não foi a primeira vez. Segue a denúncia da mãe de uma aluna, que não quis se identificar:
“É um absurdo o que vem acontecendo na nossa escola, aqui na zona rural. Desde o ano passado, vem acontecendo inúmeras situações às quais as crianças vêm relatando, às vezes as crianças tiram foto da merenda da escola, a qual aparece lagartas, bichos.
E a gente tem procurado a direção da escola para poder levar conhecimento deles, para não dizer que eles não sabem, mas só que eles sempre tem uma história nova a ser contada.
Uma hora eles falam que pode ter sido um bichinho que passou com uma lagarta e soltou e caiu dentro do prato da criança.
Outra hora eles falam que é estoque velho de alimentos.
E a gente cobrou isso ano passado, aconteceu umas três vezes, e eles falaram que isso não ia se repetir.
Inclusive, quinta-feira, dia 7, tivemos uma reunião com a direção da escola, os coordenadores da SEMED, e a gente relatou sobre isso. Inclusive, a gente deu uma ideia de ter um armazenamento, um freezer para ser armazenado essas merendas, para não ter esse tipo de problema, mas eles falaram que às vezes os estoques já vêm assim, já vêm assim de lá da Prefeitura, então a gente não sabe onde está o erro, se é na escola ou se é lá no armazenamento, no almoxarifado, no estoque da Prefeitura.
De qualquer forma é revoltante isso, porque os nossos filhos saem de casa, às vezes comem um arroz, feijão, uma salada em casa, mas em casa a gente não tem esse tipo de bicho. O que adianta às vezes comer uma merenda na escola com frutas, com isso e aquilo, e estar com esse tipo de bicho, entendeu?”
Escola Pólo Paiolzinho | Créditos: WhastApp
“PODE COMER, QUE NÃO FAZ MAL”
Segundo essa mãe, o que mais a revolta é que os responsáveis pela unidade escolar dizem para as crianças que “comer bichinho não faz mal”. Ela diz:
Toda vez que as crianças vão até a diretora ou vão até um professor relatar esse tipo de problema, eles falam que não tem problema não, que não tem nada a ver, que pode comer, que não faz mal.
Isso é revoltante, porque a gente paga o nosso imposto e a nossa obrigação é mandar nossas crianças para a escola, mandar nossas crianças para a escola para ser tratado desse jeito, isso é comidas que não tem procedência, né? É comida que a gente não serve nem às vezes para um cachorro.
Funcionários da Escola chegaram a dizer para as crianças que "comer bichinho não faz mal". | Créditos: Divulgação / WhatsApp
Pais chegaram a questionar se esse tipo de comida seria servida para os filhos dos funcionários da Escola. | Créditos: Divulgação / WhatsApp
COMER LARVAS FAZ MAL, SIM!
Além do enjoo e até dos vômitos provocados pela repulsa em descobrir uma larva na comida, esses organismos podem indicar que o alimento em si não foi bem higienizado, conservado e/ou armazenado, e é aí que mora o perigo: comer larvas ou alimentos infestados de larvas pode causar envenenamento bacteriano.
A maioria dos alimentos que têm larvas não é segura para comer, principalmente se as larvas tiverem contato com fezes, pois algumas moscas domésticas usam fezes de animais e de humanos como criadouros.
Um pai de aluno também relatou ao MS Diário que não é a primeira vez que acontece esse tipo de problema de comida infestada de larvas, na merenda escolar dos alunos, no Pólo Paiolzinho - inclusive a reclamação teria sido registrada em ATA ESCOLAR junto à Diretoria, no dia 5 de Outubro de 2023:
Situação havia se repetido em 5 de Outubro de 2023 e registrada em ATA na Diretoria da Escola. | Créditos: Divulgação / WhatsApp
"Infelizmente, aqui na escola, a gente não tem mais como buscar respostas, né?
Isso aconteceu no ano passado, denunciamos na Diretoria, a Secretaria de Coordenação da SEMED veio na escola, fez a reunião, a gente relatou sobre isso, mas foi prometido que não ia acontecer mais, e agora com duas, três semanas de aula, já tá desse jeito, imagina o restante do ano!
Nem na nossa casa as crianças comem esse tipo de coisa, né? E ainda se cogita em fazer aqui uma escola integral! Imagina os nossos filhos ficarem o dia inteiro na escola comendo esse tipo de comida.
Porque muitas das vezes os nossos filhos vão um período só pra escola, e às vezes não lancham lá na escola por conta que acham esse tipo de coisa, mas eles chegam em casa, eles vão almoçar, e se as crianças ficam lá o período inteiro, integral? É obrigado a comer esse tipo de coisa! Enquanto isso, o nosso excelentíssimo prefeito vai aumentando a sua fortuna, né?"
QUEM TEM O DEVER DE FISCALIZAR AS ESCOLAS MUNICIPAIS?
Os vereadores têm importantes responsabilidades na área da Educação, dentro do Município, entre elas:
- Acompanhar e fiscalizar a execução das políticas educacionais pelo gestor municipal.
- Garantir o acesso à educação para todas as crianças, adolescentes e adultos que não tiveram oportunidade de frequentar a escola.
- Assegurar que as escolas estejam bem equipadas, com profissionais bem remunerados e com formação adequada, visando oferecer uma educação de qualidade.
- Promover a equidade no atendimento escolar, garantindo a presença de todos, com acessibilidade, inclusão e respeito à diversidade.
- Fiscalizar as ações do Poder Executivo local, garantindo a boa aplicação dos recursos públicos destinados à educação e os resultados positivos da oferta educacional.
O problema é quando o Município é Corumbá, onde a Câmara Municipal está “alinhada” com os (des)interesses de um Executivo aliado à um Ministério Publico apático, que não consegue enxergar as mazelas que o povo corumbaense vive.
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