Pantanal MS
04 de Novembro / 2024

Operação Laços Ocultos durante cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão. (Foto: Divulgação)

  • Publicado em: 23 de Dezembro, 2023 | Fonte: o Jacaré

As investigações do Ministério Público Estadual, que resultaram na Operação Laços Ocultos, revelaram uma complexa trama de corrupção liderada pelo vereador Valter Brito da Silva (PSDB). O grupo utilizou 13 empresas vinculadas a familiares e empresários para forjar concorrência, garantindo contratos milionários no valor de R$ 78 milhões em municípios do interior de Mato Grosso do Sul, especialmente em Amambai.

A partir de 2017, quando assumiu o cargo de vice-prefeito de Amambai, Valter Brito, valendo-se de sua posição e influência, passou a indicar servidores para cargos públicos, especialmente na área de obras. Simultaneamente, cooptou empresas de construção, algumas recém-criadas, coordenando um esquema de fraude e direcionamento de obras, com recebimento de propina, conforme apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE).

A organização criminosa operava com 13 empresas, divididas em dois grupos: o primeiro composto por agentes públicos e políticos liderados por Valter Brito, e o segundo por empresários beneficiados, que pagavam propina em troca de contratos direcionados. O Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) afirmou que o esquema intensificou-se nos últimos anos, totalizando mais de R$ 78 milhões em procedimentos fraudados somente em Amambai, desde 2018.

O MPE apresentou denúncia à Justiça, apontando fraudes em pelo menos 33 licitações. Entre as empresas envolvidas estão a C&C Construtora, com Valter Brito como sócio oculto; JFL Construtora; MMA Engenharia; Transmaq Serviços; Bonomo's Construções; J&A Construtora; Luiz H. B. Rodrigues – ME, entre outras.

A relação de parentesco dos envolvidos chama atenção, com destaque para a conexão com Valter Brito. Os crimes incluem organização criminosa, corrupção passiva e ativa, e fraude em licitações. Conversas telefônicas interceptadas mostram a relação entre os envolvidos e as negociações ilícitas.

A Operação Laços Ocultos resultou na denúncia de 17 pessoas, incluindo Valter Brito, que enfrenta acusações de fraude em licitações 33 vezes, corrupção passiva 17 vezes e corrupção ativa uma vez. O MPE destaca a sistematização do esquema, que comprometeu a lisura dos processos licitatórios, tipificando o delito previsto no artigo 337-F do Código Penal. O caso revela a necessidade de enfrentamento rigoroso da corrupção em todas as esferas da administração pública.

Comprovante de transferência por pix no valor de R$ 33.520,00 da empresa J&A para a JFL. (Foto: Reprodução)

Foto: Reprodução

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