Pantanal MS
21 de Novembro / 2024

Aranha caranguejeira da espécie Lasiodora parahybana. | Créditos: (Foto: Wikipédia)

  • Publicado em: 17 de Outubro, 2024 | Fonte: redação

Pesquisadores do Instituto Butantan, em parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, avançam em um estudo promissor que utiliza o veneno da aranha-caranguejeira, Vitalius wacketi, no combate ao câncer. Nativa do litoral de São Paulo, essa tarântula possui uma molécula em seu veneno que tem demonstrado potencial para eliminar células cancerígenas, especialmente em casos de leucemia.

A molécula, da classe das poliaminas, foi extraída, purificada e sintetizada em laboratório. Nos testes iniciais realizados em células de leucemia, os resultados foram impressionantes: o composto eliminou as células tumorais por meio da apoptose, uma forma de morte celular programada que evita inflamações. Ao contrário dos tratamentos quimioterápicos, que frequentemente destroem células por necrose, provocando danos aos tecidos circundantes, a apoptose induzida por essa molécula é mais "limpa", com as células se autodestruindo e sendo removidas naturalmente pelo sistema imunológico.

O pesquisador Thomaz Rocha e Silva, que lidera os estudos, explicou que esse processo de apoptose faz com que as células tumorais sinalizem sua própria destruição, permitindo que o sistema imune remova os restos celulares de forma eficiente. Os testes, realizados inicialmente em células de leucemia, agora serão ampliados para outros tipos de câncer, como os de pulmão e ossos, além de serem aplicados em células saudáveis, para garantir que o composto seja seguro e não prejudique tecidos normais.

Além de sua eficácia, outro ponto positivo é o tamanho reduzido da molécula, o que facilita o processo de síntese e o torna potencialmente mais acessível. No entanto, embora os resultados sejam animadores, o estudo ainda está em fase experimental, e a equipe continua com testes em maior escala para garantir a segurança e eficácia da substância antes de chegar a ensaios clínicos e ao mercado.

O processo já foi patenteado, mas ainda há um longo caminho até que esse novo método possa se tornar um tratamento viável e acessível para pacientes com câncer.

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