A tragédia ocorreu na última quarta-feira (16), deixando a comunidade em estado de choque. | Créditos: reprodução/internet
Publicado em: 21 de Outubro, 2024 | Fonte: Rafael Almeida
Um feminicídio brutal abalou a Bolívia e também causou indignação entre brasileiros residentes no país. O crime ocorreu quando uma jovem de 23 anos, Kamilla Zunga, foi esfaqueada 39 vezes dentro de uma sala de aula na Escola de Formação de Professores Simón Bolívar, em Caranavi. O autor, que confessou o crime, alegou motivação por vingança. A tragédia ocorreu na última quarta-feira (16), deixando a comunidade em estado de choque.
Kamilla aguardava o início das aulas quando foi surpreendida pelo agressor, que a atacou com uma faca de cozinha. O exame pericial confirmou a brutalidade do ato. O suspeito está preso preventivamente, e as investigações continuam, com a possibilidade de que testemunhas presentes na escola no momento do crime sejam intimadas a depor. A hipótese de ciúmes também é levantada pela polícia, que segue apurando os motivos do feminicídio.
O crime gerou grande comoção nas redes sociais, levando o presidente da Bolívia, Luis Arce, a pedir a pena máxima para o autor. Kamilla, que sonhava em ser professora, deixa uma filha de 5 anos. Sua mãe, Salome Zunga, também fez um apelo público por justiça.
Comunidade brasileira em choque
Brasileiros que vivem na Bolívia expressaram profunda tristeza e indignação com o crime. Flávio Dias, estudante de medicina de 34 anos, que mora em Santa Cruz de La Sierra, descreveu o sentimento da comunidade brasileira: "Estamos todos chocados. Os noticiários estão focados no crime, e eu sequer consegui ver o vídeo que circula na internet. É algo horrível", disse Flávio, destacando o clima de medo e perplexidade entre os residentes.
Outro brasileiro, Robson Ignácio, de 45 anos, que também estuda medicina e é psicanalista, refletiu sobre a gravidade da situação: "É desumano e agressivo. A cultura de formação e educação dos jovens está se perdendo, e a liberdade está sendo confundida com agressividade. O próprio autor do crime diz que estava com ciúmes, com raiva, e isso o levou a agir com tamanha brutalidade", afirmou Ignácio.
Ele ainda questionou a falta de equilíbrio emocional e valores nos dias atuais: "Como chegamos a um ponto em que uma pessoa, ao invés de lidar com seus sentimentos de forma pacífica, decide matar alguém? E isso dentro de uma sala de aula, um local de aprendizado e convivência."
Um apelo por justiça
O feminicídio de Kamilla Zunga deixou uma profunda cicatriz não só na Bolívia, mas também entre brasileiros que moram no país. Enquanto as investigações prosseguem e o pedido por justiça cresce, a tragédia serve como um triste lembrete da violência de gênero e a necessidade urgente de medidas para garantir segurança e respeito dentro das instituições de ensino.
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