Pantanal MS
19 de Setembro / 2024

Exames detectaram o quadro de "sofrimento fetal" do bebê. Foto ilustrativa. | Créditos: Freepik

  • Publicado em: 02 de Janeiro, 2024 | Fonte: Fábio Marchi

Corumbá - Um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher adulta com certeza é o período da gravidez - para aquelas que optaram em ter filhos. E ainda que seja uma das fases mais lindas física e emocionalmente da mulher, é também a fase que a mulher possui grandes riscos de vida - mesmo tomando todos os cuidados necessários.

E em Corumbá, cidade de 96.268 habitantes, aconteceu uma tragédia envolvendo uma mãe e seu bebê - ainda no útero materno:   internada na Maternidade da Santa Casa e com os sintomas de trabalho de parto, a mãe sentiu que alguma coisa estava errada, pois estava passando mal, com muitas dores e detectando movimentos irregulares do bebê - e foi através de exames médicos, que a equipe médica detectou o quadro de “sofrimento fetal”.

SOFRIMENTO FETAL

É caracterizado pela falta de oxigênio para o feto. É a situação em que o bebê não recebe a quantidade suficiente de oxigênio no útero durante a gestação ou parto, o que pode interferir diretamente no seu crescimento e desenvolvimento.

Em alguns casos, os sintomas podem passar despercebidos e é preciso estar com o acompanhamento médico em dia para garantir que seja descoberto a tempo. Nos casos em que é notável, os sinais mais comuns são:

  • Diminuição dos movimentos do bebê: indica que a vitalidade do bebê está comprometida por uma insuficiência uteroplacentária,
  • Dor súbita e forte no abdômen gravídico;
  • Perda de sangue via vagina;
  • Perda de líquido via vagina de cor esverdeada.


O médico obstetra também pode visualizar, durante a realização do ultrassom, se há ocorrência de sofrimento fetal por meio do peso do bebê e pelo volume do líquido amniótico.

ATRASO FATAL

Desde ontem havia uma solicitação para transferência para a capital, Campo Grande - que deu a resposta positiva ontem mesmo (01), pela gravidade do caso. Porém, as informações recebidas pelo MS Diário é que até a manhã de hoje (02), a mãe ainda não havia sido transferida.

Corumbá até hoje não possui uma UTI NEONATAL e nem a capacidade de realizar cirurgias de alto risco - como esse caso  - daí a necessidade da transferência da mãe para Campo Grande, onde poderia receber tratamento especializado e adequado - mas não foi isso que aconteceu: nem o Município, nem o Hospital providenciaram a transferência a tempo e o bebê veio à óbito na manhã de hoje, na barriga da mãe.

DESCASO

O descaso na Saúde de Corumbá não é de hoje - o MS Diário relatou a problemática da falta de ambulâncias intermunicipais, a falta de interesse da Secretaria de Saúde na internação de dependentes químicos, a falta de vagas no Santa Casa - mesmo havendo leitos disponíveis.

Na Maternidade de Corumbá, a situação não é diferente: faltam materiais, a estrutura está comprometida em vários setores e precisando de reformas urgentes, instalação elétrica com problemas e a recorrência de infiltrações e alagamentos, como visto no vídeo abaixo, depois da chuva de ontem e hoje:

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