Quadrilha alvo de operação fraudou R$ 78 milhões em licitações em 4 cidades de MS
A investigação ainda revelou o pagamento de propina por parte das empresas do grupo criminoso, beneficiando parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) está conduzindo a operação "Laços Ocultos" nesta quinta-feira (16) em Amambai, localizada a 351 quilômetros de Campo Grande. A ação visa cumprir mandados contra um grupo especializado em fraude de licitações, envolvendo vereadores, secretários e servidores municipais.
Segundo informações do Gaeco, a operação envolve 6 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão. Um vereador é identificado como sócio oculto de uma empreiteira e está entre os alvos de prisão. O Midiamax apurou que equipes policiais estão presentes na Câmara Municipal, mas a presidente, Ligia Borges (PSDB), alega não ter conhecimento da prisão do vereador Valter Brito (PSDB), alvo da operação.
Os mandados estão sendo cumpridos não apenas na Câmara, mas também na Prefeitura, nas residências dos investigados e em empresas relacionadas ao caso, abrangendo locais em Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).
Os crimes sob investigação incluem corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro. A apuração revelou que a organização criminosa atuava há anos, desviando recursos de licitações públicas destinadas a contratação de empresas especializadas em obras e serviços de engenharia em Amambai.
Essas empresas, conforme a investigação, têm laços familiares com os servidores e contam com sócios ocultos. Nos últimos seis anos, os contratos firmados ultrapassaram R$ 78 milhões. Perícias de engenharia detectaram superfaturamento e inexecução parcial em algumas obras.
A investigação ainda revelou o pagamento de propina por parte das empresas do grupo criminoso, beneficiando parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras. A operação "Laços Ocultos" teve o apoio operacional do Batalhão de Choque, Bope, DOF e Força Tática da Polícia Militar, sendo nomeada assim devido aos vínculos identificados entre os investigados.