Bonito (MS) inaugura calçada da fama em homenagem ao cinema

Bonito (MS) agora abriga um novo símbolo de celebração à arte, à natureza e à memória cultural sul-americana. Nesta segunda-feira (28), a atriz paraguaia Ana Brun, vencedora do Urso de Prata no Festival de Berlim por sua atuação no filme As Herdeiras, foi a primeira personalidade a deixar as marcas das mãos na recém-inaugurada Calçada das Pegadas da Memória do Cinema Sul-Americano, projeto idealizado pelo Festival Cinesur.

Inspirada na icônica calçada da fama de Hollywood, a versão sul-americana ganha uma identidade própria e regional: ao lado das mãos dos artistas, estão impressas pegadas de animais do Pantanal, como a do tamanduá-mirim, reforçando o compromisso simbólico com a fauna local.

“Estou muito emocionada. Orgulhosa e feliz”, declarou Ana Brun. “Me encanta a ideia do prefeito deixar uma impressão digital neste lugar de proteção aos animais do Pantanal.”

A proposta da calçada é unir arte e meio ambiente, valorizando tanto a trajetória de grandes nomes do cinema sul-americano quanto o ecossistema único da região. Para o diretor do Cinesur, Nilson Rodrigues, o projeto expressa a convivência entre humanidade e natureza. “Andamos juntos com os outros seres vivos do planeta. Nós precisamos salvar o planeta. Não estamos descolados da natureza, somos uma coisa só”, afirmou.

Um espaço de memória e identidade sul-americana

A calçada será instalada na Praça da Liberdade, no centro de Bonito, que passará por um processo de revitalização. Segundo o prefeito Josmail Rodrigues, o projeto marca o início de uma nova fase para a cidade: “Bonito vai ser a capital do cinema no futuro. Aqui está se inaugurando o coração do cinema em Bonito.”

Além de Ana Brun, outros nomes do audiovisual deixaram suas marcas no local nesta primeira fase do projeto, como os atores brasileiros Antônio Pitanga, Maeve Jinkings e Thiago Lacerda; o distribuidor Jean Thomaz Bernardini; a produtora Cecilia Diez; o artista plástico Humberto Espíndola; a atriz Claudia Ohana; o cineasta José Eduardo Belmonte; o documentarista Aurélio Michiles e o diretor e roteirista Luiz Carlos Lacerda.

“Coloquei minhas mãos, mas é também o meu coração que fica aqui”, afirmou emocionado Antônio Pitanga. Já Maeve Jinkings destacou a força simbólica do projeto: “Essa calçada transpõe o imaginário hollywoodiano com uma identidade muito local. Ao lado das mãos humanas estão as pegadas de outras espécies, e isso nos lembra da biodiversidade que muitas vezes esquecemos.”

Arte e natureza lado a lado

As placas são confeccionadas em ferro e cimento especial, com a impressão das mãos dos homenageados, suas assinaturas e uma foto com identificação completa, acompanhadas da pegada de um animal nativo e a respectiva nomenclatura popular e científica.

Ao longo dos próximos anos, a Calçada das Pegadas da Memória pretende reunir os nomes de artistas sul-americanos, brasileiros e sul-mato-grossenses que marcaram a história do cinema no continente. Mais do que um monumento à fama, o espaço surge como um marco de pertencimento, respeito ambiental e valorização cultural em uma das cidades símbolo do ecoturismo brasileiro.