Depois de recusar Casa da Mulher Brasileira por anos, Prefeito teve que “engolir” criação da instituição, em Corumbá

Publicado em: 29 de Janeiro, 2024 | Fonte: Fábio Marchi

Corumbá - Corumbá é uma cidade conhecida no Estado de Mato Grosso do Sul, por perder excelentes oportunidades, boa parte delas, provocada por “politicagem” feita pelos próprios corumbaenses, o que explicaria - e muito - a escassez e a ausência de representantes políticos a nível estadual e federal.

Em mais uma dessas “brigas” por controle político no município de Corumbá, as mulheres do município é que saíram perdendo - pois desde 2021 a Cidade Branca já poderia ter uma unidade da Casa da Mulher Brasileira funcionando - e só não chegou a ter, por “politicagem”.

Felicidade sem fim: Corumbá finalmente terá uma Casa da Mulher Brasileira. | Créditos: Divulgação GOV MS

O QUE É A “CASA DA MULHER BRASILEIRA”?

A Casa da Mulher Brasileira é uma iniciativa do governo brasileiro para oferecer serviços integrados e especializados para mulheres vítimas de violência. Essas casas são espaços que reúnem diversos órgãos e serviços públicos em um único local, visando facilitar o acesso e atendimento às mulheres em situação de violência.

O projeto Casa da Mulher Brasileira foi lançado em 2013 e faz parte do Programa Mulher, Viver sem Violência, que busca enfrentar a violência de gênero por meio da integração de ações e serviços. Essas casas oferecem apoio psicossocial, jurídico, assistência social, delegacia especializada, entre outros recursos, para auxiliar as mulheres a superarem situações de violência doméstica.

Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (MS) | Créditos: Governo Federal

PREFEITO NÃO QUIS

Em 2021, a então Deputada Federal Bia Cavassa (PSDB) conseguiu, por intermédio da Ministra Damares Alves (hoje Senadora do Republicanos), a criação de uma unidade da Casa da Mulher Brasileira em Corumbá, município de fronteira com a Bolívia e com alto índice de violência doméstica. Na época, apenas a capital Campo Grande possuía uma unidade e Corumbá seria a segunda cidade no Estado a ter mais uma sede. Confira o vídeo que a Deputada Federal Bia Cavassa gravou com a Ministra Damares, na época:

Porém o prefeito Marcelo Aguilar Iunes não quis, alegando que seria um “elefante branco”, por “não ter condições de bancar o projeto” e recusou o projeto. A contrapartida do município? Doar um terreno para a construção da Casa - e segundo a assesoria da ex-deputada na época, o prefeito não quis.

Confira o vídeo gravado na Câmara Municipal de Corumbá da época, onde o gestor do executivo fala sobre o assunto, em uma sessão da Câmara que “homenageava” as mulheres corumbaenses:

A VERDADE

Porém, nos bastidores da política corumbaense o que se fala é que na realidade Marcelo Iunes não queria que a então deputada Bia Cavassa tivesse projeção política na região, fazendo todo o possível para que a mesma não tivesse visibilidade em seus projetos - seja apoiando adversários, seja recusando emendas, seja não estando presente no lançamento de obras ou entrega de veículos e equipamentos ou ainda, omitindo o nome da Deputada na divulgação das emendas que ela conseguia para Corumbá.

Beatriz Rosália Ribeiro Cavassa é viuva de Ruiter Cunha de Oliveira, ex-prefeito por três vezes de Corumbá e a maior sombra pairante de Marcelo Iunes, que encerra seu mandato no final deste ano, sem nunca ter conseguido superar a popularidade do seu antecessor - à ponto de ter o grande risco de nem fazer seu sucessor, este ano.

E assim, por conta de um Executivo que não quis abrir “espaço” político na região, milhares de mulheres deixaram de ser seus direitos protegidos e suas vidas salvaguardadas com maior eficiência ao longos desses 3 anos - e finalmente, esse absurdo foi corrigido, porque agora não tem mais jeito: agora é um programa federal com o apoio do Governo do Estado, logo “cumpra-se”.

Mesmo assim, o “Prefeito do Povo” ainda dá seu último “esperneio”, dizendo estar preocupado com os servidores para atender a população no novo espaço. Segundo ele, a cidade já possui um centro de atendimento e passa por dificuldades para ter funcionários.