Deputado Neno Razuk (PL). | Créditos: ALMS
Publicado em: 26 de Dezembro, 2023 | Fonte: Rafael Almeida
O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi identificado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como o novo líder do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Jornal Midiamax, a denúncia faz parte da Operação Sucessione.
Na denúncia, Neno Razuk é apontado como líder de uma organização criminosa envolvida em crimes como roubo majorado, exploração de jogos de azar e corrupção. O major Gilberto Luiz, considerado o gerente do grupo, tinha a responsabilidade de não comprometer o líder, Neno Razuk.
Embora houvesse um pedido de prisão temporária para o deputado no início da operação, o mesmo foi negado devido ao foro privilegiado. O juiz de direito Robson Celeste Candeloro destacou a imunidade formal que impede a decretação da prisão de parlamentar, mas ressaltou que o crime de organização criminosa é permanente, podendo ser alvo de prisão em flagrante.
O Gaeco revelou detalhes das reuniões lideradas por Neno Razuk, onde membros da organização criminosa se encontravam regularmente. Decisões sobre ações, como roubos e ameaças aos concorrentes, eram discutidas nessas reuniões. A denúncia também destaca a compra de uma casa por Neno Razuk, onde ocorriam os encontros do grupo.
Material que foi apreendido. | Créditos: Investigação do Jogo do Bicho
A denúncia ainda inclui informações sobre roubos de malotes, a contratação de veículos para os crimes e a oferta de dinheiro e comissões para atrair membros de grupos concorrentes. O Gaeco ressaltou a expertise do grupo em evitar rastros, indicando a participação de pessoas acostumadas com investigações criminais.
Na primeira fase da Operação Sucessione, foram solicitadas prisões temporárias para diversos envolvidos, incluindo Diego de Souza Nunes, José Eduardo Abdulahad, Júlio César Ferreira dos Santos, Luiz Paulo Bernardes Braga, Major Gilberto Luiz dos Santos, Mateus Aquino Júnior, Sargento Manoel Luiz Ribeiro, Taygor Ivan Moretto Pellissari, Tiano Valdenor de Moraes e Valmir Queiroz Martinelli. O deputado Neno Razuk teve o pedido de prisão indeferido.
A segunda fase da operação incluiu buscas e apreensões, tendo Jonathan Gimenez Grance e Carlito Gonçalves Miranda como alvos. A investigação aponta que a organização criminosa tem forte penetração nos órgãos de segurança pública, contando com a participação de policiais para a execução de suas atividades, revelando sua especial periculosidade. A operação ainda revelou a guerra entre grupos pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande.
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