Desde junho, o Pantanal sul-mato-grossense enfrenta incêndios devastadores que continuam a causar estragos, afetando não apenas a fauna e a flora locais, mas também a saúde da população de Corumbá. | Créditos: reprodução/MSDiário
Publicado em: 25 de Julho, 2024 | Fonte: Redação
Desde junho, o Pantanal sul-mato-grossense enfrenta incêndios devastadores que continuam a causar estragos, afetando não apenas a fauna e a flora locais, mas também a saúde da população de Corumbá. Esta semana, a fumaça voltou a cobrir a cidade, agravando a situação já crítica.
Impacto na Saúde e Meio Ambiente
A fumaça das queimadas está saturando o ar com poluentes que afetam tanto os humanos quanto os animais. Segundo Sandra Hacon, do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP/ENSP), a poluição pode atravessar fronteiras, dependendo das condições meteorológicas. Hacon destaca que as partículas poluentes podem penetrar profundamente nos pulmões, causando sérios problemas de saúde, incluindo AVC, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e câncer de pulmão.
Marcia Chame, coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (Pibss/Fiocruz), alerta para a contaminação da água pelas cinzas das queimadas, resultando em infecções intestinais e doenças de pele desconhecidas. “A fumaça e o material particulado no ar geram contaminação por mercúrio e outros elementos químicos tóxicos”, explica Chame.
Efeitos Devastadores para os Pantaneiros
Além dos danos ambientais, os incêndios trazem consequências diretas para os moradores do Pantanal. Marcia Chame enfatiza que as pessoas sofrem os mesmos impactos que os animais e plantas, enfrentando perdas materiais e ameaças à saúde física e mental. “Perdem suas lavouras, seus animais de criação e estimação, a pesca, o turismo e formas alternativas de viver”, lamenta Chame. A pesquisadora também aponta para um aumento nos níveis de depressão e suicídio entre os afetados.
Sandra Hacon reforça que as queimadas afetam desproporcionalmente as populações mais vulneráveis, exacerbando os efeitos devido às condições precárias de moradia e acesso a serviços de saúde. “Os mais vulneráveis, como crianças menores de 5 anos, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, são os mais afetados”, destaca Hacon.
Combate aos Incêndios
A luta contra os incêndios no Pantanal sul-mato-grossense continua. No 113º dia de operação, equipes de bombeiros combatem as chamas nas proximidades do Porto da Manga, no Rio Paraguai e na rodovia MS-228. Na região do Rabicho, ao nordeste, e em Maracangalha, o combate à propagação do fogo permanece intenso.
As equipes permanecem em alerta, realizando monitoramento contínuo e intervenções diretas para conter a destruição. A extensão e a gravidade dos incêndios exigem uma gestão constante e esforços contínuos para minimizar os danos e proteger as comunidades e o meio ambiente.
Comentários