
Publicado em: 30 de Setembro, 2025 | Fonte: Rafael Almeida
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apresentou denúncia contra o prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), e outras 25 pessoas apontadas como integrantes de um esquema de fraudes em licitações e corrupção. A investigação resultou na Operação Spotless, deflagrada em setembro deste ano, e já mantém Budke preso há mais de 20 dias.
De acordo com informações do Midiamax, a apuração conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), contratos de obras públicas eram direcionados para empresas previamente escolhidas, que se revezavam na execução dos serviços. Em troca, haveria pagamento de propina ao prefeito e a outros envolvidos. Só no último ano, as fraudes somaram mais de R$ 15 milhões.
Organização criminosa e fraudes em licitações
O procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, destacou que o esquema transformou a prefeitura em um “verdadeiro balcão de negócios”, sob comando direto do prefeito afastado. Por isso, o MP pede que Budke responda por organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e frustração do caráter competitivo das licitações.
Outros denunciados também poderão responder por crimes como corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de capitais. Entre eles estão empresários, comerciantes, servidores públicos e até um policial militar.
Budke, Isaac e Fábio estão entre os denunciados. (Montagem: Reprodução, Midiamax)
Quem são os denunciados
Além de Henrique Budke, foram citados na denúncia: Arnaldo Glagau (vereador e empresário), Arnaldo Santiago, Cleberson José Chavoni Silva, Daniel Matias Queiroz, Edneia Rodrigues Vicente, Eduardo Schoier, Fábio André Hoffmeister Ramires (policial militar), Felipe Braga Martins, Fernando Seiji Alves Kurose, Genilton da Silva Moreira, Hander Luiz Correa Grote Chaves, Isaac Cardoso Bisneto (ex-secretário de Obras), Leandro Cícero de Almeida Brito (engenheiro), Luziano dos Santos Neto, Maicon Bezerra Nonato (servidor municipal), Marcos do Nascimento Galitzki, Nádia Mendonça Lopes, Orlei Figueiredo Lopes, Rinaldo Córdoba de Oliveira, Rogério Luís Ribeiro, Sandro José Bortoloto, Sansão Inácio Rezende, Stenia Souza da Silva, Tiago Lopes de Oliveira e Valdecir Batista Alves.
Operação Spotless
A ofensiva foi deflagrada no dia 9 de setembro e mobilizou o Gaeco, Gecoc e a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, por meio do Batalhão de Choque (BPChoque) e do Bope. Ao todo, foram expedidos 16 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).
A investigação revelou que editais de licitação eram elaborados sob medida para empresas determinadas, simulando concorrência. Além disso, servidores atestavam falsamente o recebimento de produtos e serviços, acelerando pagamentos indevidos.
O nome “Spotless” — que significa “sem manchas” — faz referência à necessidade de processos licitatórios limpos e transparentes na administração pública.
O MP também solicitou a perda de bens adquiridos de forma ilícita pelo prefeito afastado e que Budke, assim como Eduardo Schoier, Orlei Figueiredo Lopes e Valdecir Batista Alves, fiquem inelegíveis pelo dobro do tempo da eventual condenação.
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