O deputado estadual João Henrique Catan (PL) utilizou, na terça-feira (7), o livro Mein Kampf, escrito pelo líder do Partido Nazista, Adolf Hitler, para criticar a maioria governista na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.
No momento estava sendo votado um requerimento de sua autoria, que tinha como objetivo detalhar as contratações com cargos comissionados do estado. Foram 16 votos contra e dois a favor.
Manifestação com livro na Tribuna
O deputado bolsonarista segurou o livro e teceu comentários durante a sessão. Ele disse que trouxe o livro do exterior para o Brasil escondido com medo que fosse confiscado, sugeriu o fortalecimento da Casa de Leis e empunhou a obra, escrita por um dos maiores ditadores e genocidas da humanidade.
''... é com o Mein Kampf de Hitler que peço para que esse parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize'', bradou o parlamentar.
Em seguida, Catan justificou a citação à obra, sugerindo que o Legislativo do MS siga nos rumos do que foi o parlamento ''europeu'' da Alemanha.
''E que serviu, após sua reconstrução, de inspiração, inclusive para nós estarmos hoje aqui, através do nosso Direito Constitucional Brasileiro, que se inspira no modelo romano-germânico'', refletiu o deputado.
Entre os comentários gerais nas redes sociais, há muito apontamento de que Catan se dirigiu a um nicho neonazista aproveitando brechas da lei, da liberdade de expressão e imunidade parlamentar para o discurso, já que, ao mesmo tempo, que usou o livro de Hitler, um genocida genuíno, ele argumentou sobre a defesa do parlamento.
| Imagem: reprodução/ rede social
Pedido Cassação
O movimento Judeus pela Democracia usou a página do Twitter para pedir a cassação de mandato do deputado estadual João Henrique Catan (PL).
"O mandato precisa ser cassado e o deputado, preso. Apologia ao nazismo no Brasil é crime e nazistas merecem cadeia", disse o post que completou divulgando o endereço de e-mail do deputado.
"Ps: [email protected] é o endereço de email dele. Seria uma pena se a caixa de emails dele acordasse amanhã cheia de elogios", dizia o post.