Publicado em: 29 de Outubro, 2024 | Fonte: Rafael Almeida
As carnes bovina, suína, de frango e peixes estão no centro de uma alarmante questão de segurança alimentar em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados do Procon-MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor), esses produtos são os mais apreendidos nas fiscalizações realizadas em açougues e supermercados no estado. De janeiro a setembro de 2024, o órgão inspecionou 126 estabelecimentos, sendo 98 em Campo Grande e 28 em cidades do interior, incluindo Corumbá, Naviraí, Maracaju e Ponta Porã.
Durante as visitas, as equipes do Procon-MS identificaram diversas infrações, entre elas o armazenamento inadequado das carnes e a ausência de boas práticas sanitárias. As irregularidades vão desde a desorganização dos ambientes de manipulação até a presença de insetos nos locais de venda, revelando uma preocupante falta de higiene. A má conservação das proteínas animais levou ao descarte de muitos itens, evidenciando a urgência de melhorias nos métodos de manipulação e armazenamento.
Um episódio recente, ocorrido em Campo Grande, ilustra a gravidade da situação. No dia 3 de outubro, uma operação conjunta do Procon-MS e da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) resultou na suspensão das atividades de um supermercado na Vila Entroncamento. O estabelecimento operava sem licenças sanitárias e estava comercializando produtos vencidos e impróprios para consumo. Foram descartados 285,15 quilos de produtos de origem animal, como polenta, massas prontas de pizza, leite e iogurtes.
Além de Campo Grande, as irregularidades também foram notadas em Corumbá e outras cidades do interior. Em um açougue em Itaporã, a 232 km da capital, fiscais encontraram produtos com a presença de carunchos e até fezes de rato, mostrando a falta de cuidado com a higiene.
Diante desse cenário, o Procon-MS convoca os consumidores a serem vigilantes. “O principal fiscal hoje é o próprio consumidor, que deve estar atento às condições das embalagens e dos rótulos dos produtos”, alerta a assessoria do órgão. O Procon-MS ressalta que qualquer cidadão pode registrar uma denúncia por meio do telefone 151, do aplicativo MS Digital ou pelo site oficial (www.procon.ms.gov.br).
As apreensões e os descartes de produtos impróprios ocorrem diretamente nos estabelecimentos ou em empresas credenciadas para essa finalidade. As infrações são registradas em autos, e o responsável tem até 20 dias para apresentar defesa. Em casos mais graves, a atividade comercial pode ser suspensa até que as irregularidades sejam sanadas.
Com a intensificação das fiscalizações, o Procon-MS busca não apenas garantir a segurança alimentar, mas também promover uma maior conscientização sobre a importância de práticas adequadas no comércio de alimentos, protegendo assim o direito dos consumidores à saúde e à segurança alimentar.
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