Vídeo: Paciente espera por meses por exame de raio-x no CEI em Corumbá e máquina não funciona
Além de máquina estar "estragada", paciente relatou ao MS Diário que não tem os remédios necessários à sua saúde na Farmácia Municipal.
Corumbá - A situação precária do sistema de saúde na Cidade Branca está gerando desespero entre os pacientes que aguardam tratamento médico. Muitos deles enfrentam longas filas de espera e, quando finalmente conseguem uma consulta, se deparam com uma série de obstáculos que dificultam o acesso aos cuidados de saúde necessários.
Maria Aparecida Silva (58), cozinheira, moradora do Centro, relata sua experiência angustiante em busca de atendimento médico. Com fortes dores no joelho e problemas na coluna, ela enfrenta uma jornada de sofrimento para obter tratamento adequado.
VIA CRUCIS
A saga de Maria começou há três meses, quando conseguiu marcar uma consulta com um ortopedista. No entanto, a luta estava longe de terminar: seu médico solicitou um raio-x para avaliar sua condição e questionou por que ela havia esperado cinco meses para procurar atendimento.
"Eu falei, doutor, não achava a vaga", relembra Maria. Ela disse que aguardou pacientemente até finalmente conseguir a tão necessária vaga. Mas, ao chegar para marcar o exame de raio-x no Centro de Especialidades Integradas (CEI), Maria encontrou mais obstáculos: a secretária do CEI informou que a máquina de raio-x estava estragada e a orientou a procurar atendimento no ponto-socorro - porém Maria sabia que no ponto-socorro eles não forneciam os laudos dos exames.
IMBRÓGLIO
O médico havia pedido que ela retornasse com o raio-x para que ele pudesse avaliar sua situação, mas com a falta de acesso ao exame a deixou em uma posição complicada, com sua saúde em risco.
Maria relatou ao MS Diário que suas condições de saúde são preocupantes. Ela sofre de artrose no joelho, problemas de coluna, hérnia de disco e dores crônicas que a impedem de executar tarefas cotidianas. Para piorar a situação, o médico informou que ela precisa de uma cirurgia no joelho, mas isso só será possível quando ela completar 60 anos de idade.

Doma Maria Aparecida (58), possui graves problemas de locomoção. | Imagem: Ana Marchi
SEM REMÉDIOS
A falta de medicação eficaz agrava seu sofrimento, e a necessidade de comprar os medicamentos prescritos a coloca em uma situação financeira difícil. Muitos medicamentos não são fornecidos no ponto-socorro, e os pacientes precisam arcar com os custos.
"O médico não quer nem saber, né? Ele passa o remédio lá, não quer saber se tem dinheiro, a gente tem que se virar pra comprar. Lá (na Farmácia Municipal) você só acha ibuprofeno e amoxicilina, mas ibuprofeno com minha dor crônica, não passa, sinto dor direto."
CAOS
A história de Maria não é única, e muitos corumbaenses enfrentam desafios semelhantes no sistema de saúde da cidade. O desespero e a falta de opções levantam questões sobre a qualidade do atendimento e o acesso igualitário à saúde em Corumbá, isso em um momento em que a cidade enfrenta um ressurgimento da casos de COVID-19, a situação torna-se ainda mais urgente.
Confira o vídeo completo da história da Dona Maria Aparecida: