Pantanal MS
18 de Setembro / 2025
  • Publicado em: 18 de Setembro, 2025 | Fonte: Redação

As projeções do mercado financeiro para a inflação de 2025 foram revisadas para baixo, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC). A nova estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,83%, ante os 4,85% previstos na semana anterior. Há quatro semanas, a expectativa era ainda mais alta, de 4,95%.

Para os anos seguintes, a previsão é de inflação de 4,30% em 2026 e 3,90% em 2027. Apesar do recuo, a projeção para 2025 ainda está acima do teto da meta oficial, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que estabelece limites entre 1,5% e 4,5%.

Deflação em agosto influenciou expectativas

Em agosto, o Brasil registrou deflação de 0,11%, o primeiro índice negativo desde agosto de 2024, segundo o IBGE. Esse resultado aproximou as expectativas de inflação do limite superior da meta (4,5%).

O destaque do mês foi a queda de 4,21% na conta de luz, que teve impacto de -0,17 ponto percentual no IPCA e levou o grupo habitação a recuar 0,90%. Esse foi o maior recuo para um mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.

Além disso, o grupo alimentação e bebidas apresentou retração de 0,46%, marcando o terceiro mês consecutivo de queda, com -0,91% de variação acumulada no período. Já transportes caiu 0,27%, contribuindo para o resultado negativo do índice.

Expectativa para o dólar recua pela quarta semana seguida

As projeções para a cotação do dólar ao final de 2025 também foram ajustadas, passando de R$ 5,55 para R$ 5,50. Esta é a quarta semana consecutiva de redução na expectativa para a moeda americana.

Especialistas apontam que parte desse movimento está ligado às medidas econômicas adotadas pelo governo de Donald Trump, que têm impactado o mercado internacional.
Para 2026 e 2027, a previsão se mantém em R$ 5,60.

PIB e Selic permanecem estáveis

As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) seguem em 2,16% de crescimento para 2025, sem alterações em relação à semana anterior. Há quatro semanas, o mercado projetava 2,21%.

2026: previsão de 1,80%, levemente abaixo dos 1,85% de uma semana atrás.

2027: estimativa de 1,90%, ligeiramente acima dos 1,88% previstos anteriormente.

No caso da taxa básica de juros (Selic), a projeção é de 15% ao ano em 2025, valor que permanece estável há 12 semanas. Para os próximos anos, a expectativa é de 12,38% em 2026 e 10,50% em 2027.

Função da Selic e impacto na economia

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a taxa sobe, o objetivo é reduzir a demanda, encarecendo o crédito e incentivando a poupança, o que tende a conter o avanço dos preços.

Por outro lado, juros mais altos podem frear o crescimento econômico, dificultando o acesso ao crédito e desestimulando a produção. Quando a Selic cai, a tendência é de maior consumo e investimento, impulsionando a economia, mas com risco de pressão inflacionária.

Os bancos, no entanto, consideram outros fatores ao definir os juros ao consumidor, como risco de inadimplência, lucros desejados e custos administrativos.

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