Pantanal MS
23 de Novembro / 2024
  • Publicado em: 13 de Agosto, 2024 | Fonte: Redação

A Prefeitura de Corumbá já desembolsou R$ 5.250.774,80 em contratos com empresas atualmente investigadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação João Romão. Deflagrada em 3 de julho, a operação apura irregularidades em contratações de mais de R$ 16,5 milhões, focando em desvios de recursos públicos em obras de infraestrutura.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, liderada por Luiz Fernando Moreira, confirmou a suspensão cautelar de vários contratos após determinação do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS). A medida foi oficializada nos Diários Oficiais do município e do Estado, em edições de 9 e 12 de agosto, respectivamente.

Entre os contratos suspensos estão obras em importantes centros de atendimento e esportes da cidade, com pagamentos já realizados, mas ainda pendentes de conclusão total. Os contratos incluem:

  • Centro de Iniciação ao Esporte (CIE) – Contrato nº 040/2022:
    • Valor total: R$ 1.610.644,34
    • Valor pago: R$ 1.434.119,57
  • Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC) – Contrato nº 011/2024:
    • Valor total: R$ 7.402.347,93
    • Valor pago: R$ 274.020,42
  • Centro de Saúde da Mulher – Contrato nº 066/2023:
    • Valor total: R$ 1.843.350,52
    • Valor pago: R$ 576.786,15
  • Centro Integrado de Esportes (CIE) – Contrato nº 022/2022:
    • Valor total: R$ 4.050.825,85
    • Valor pago: R$ 2.697.317,99
  • Centro Integrado de Esportes (CIE) – Lote 3 – Contrato nº 048/2022:
    • Valor total: R$ 357.017,99
    • Valor pago: R$ 268.530,67

Além disso, dois contratos com a empresa Agility Serviços Integrados Ltda não foram suspensos, pois as obras já foram concluídas. A Agility está no centro das investigações da Operação João Romão, sendo acusada de fraudes em processos licitatórios que resultaram em contratos fraudulentos, movimentando mais de R$ 12 milhões entre 2022 e 2024. A empresa teria sido usada pelo ex-secretário de infraestrutura Ricardo Campos Ametlla para firmar contratos fraudulentos com o município, totalizando mais de R$ 17 milhões.

Ricardo Ametlla, que já havia sido investigado na Operação Offset em 2020, foi exonerado de seu cargo na Prefeitura de Corumbá em 8 de julho de 2024, poucos dias após a deflagração da Operação João Romão. As investigações continuam em andamento, com possíveis novos desdobramentos nos próximos meses.

A Operação João Romão recebeu esse nome em referência ao personagem do livro "O Cortiço" de Aluísio de Azevedo, uma metáfora usada pela Polícia Federal para ilustrar as práticas ilícitas investigadas em Corumbá.

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