“Rico”, Prefeito de Corumbá Marcelo Iunes pediu justiça gratuita para se defender de crimes eleitorais
Indiciado como réu por crimes eleitorais junto com dois assessores comparsas, Prefeito de Corumbá entrou com pedido de justiça gratuita para sua defesa, uma vez que precisará se defender na Justiça Eleitoral.
Corumbá - Diz o ditado que "todo mundo ostenta e esbanja até chegar a conta". Pelo menos parece que é isso que está acontecendo com o Prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB) que acaba de virar réu na Justiça Eleitoral, sendo denunciado pela Procuradoria Regional Eleitoral, após investigações da Polícia Federal, sobre crimes eleitorais que segundo a Polícia Federal, teriam sido cometidos durante as eleições 2020.
Ao ser indiciado pelos crimes eleitorais detalhados em nossa matéria exclusiva no MS Diário, Marcelo Iunes pediu à Justiça Eleitoral que seja concedido o benefício da Justiça Gratuita para sua defesa - realizada por um advogado particular, como demonstrado nas imagem abaixo.


"FIQUEI RICO? FIQUEI"
Em uma entrevista recente à um podcast, o prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), de 52 anos, afirmou com entusiasmo: "Fiquei rico, fiquei". Uma análise detalhada de sua evolução patrimonial ao longo dos anos de vida política revela uma ascensão marcante: ele passou de não possuir bens declarados em sua primeira eleição, em 2004, a acumular um patrimônio avaliado em R$ 854,3 mil em 2020.
Iunes, que começou como vereador pelo PP aos 33 anos, registrou seu primeiro salto patrimonial ao ser reeleito pelo MDB quatro anos depois, declarando três carros avaliados em R$ 70 mil. No entanto, mesmo após múltiplas eleições e mudanças partidárias, ele não alcançou a marca de um milhão, tendo declarado os R$ 854.339,11 em sua última participação eleitoral.
Sua trajetória política mostra um crescimento patrimonial considerável a cada eleição. Em 2012, já no PSD, seu patrimônio cresceu 385%, alcançando R$ 340 mil, com destaque para uma casa avaliada em R$ 200 mil. Em 2014, concorrendo pelo PDT ao cargo de deputado estadual, apesar da derrota, registrou R$ 402 mil em bens, incluindo uma casa avaliada em R$ 230 mil e R$ 30 mil em espécie.
Em 2016, ao concorrer como vice-prefeito na chapa vencedora, declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 592,4 mil em bens, destacando uma casa no valor de R$ 300 mil. Seu último mandato como prefeito, assumido após a morte do então prefeito Ruiter Cunha, revelou uma valorização patrimonial significativa, atingindo R$ 854.339,11, incluindo uma casa de R$ 420 mil e outros bens.
Considerando essa evolução, especula-se que Iunes já ultrapassou a marca de R$ 1 milhão em patrimônio. Contudo, o prefeito revelou planos de deixar a política ao término de seu mandato para investir em um laboratório de imagem na cidade.
No entanto, em uma entrevista ao podcast "AlaVoti", Iunes mencionou a possibilidade de contar com o apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, apesar de não estar certo sobre sua candidatura.
Na mesma entrevista, Marcelo Iunes surpreendeu os munícipes de Corumbá, ao declarar-se "rico", às custas do seu ex-laboratório, CITOLAB. Com nome fantasia CITOLAB Laboratório Clínico, essa empresa teve dois proprietários até 2017: José Batista Aguilar Iunes e Amanda Cristiane Balancieri Iunes, respectivamente irmão e esposa do prefeito.
Em maio de 2017, Amanda Iunes deixou a sociedade, restando somente José Batista. Desta forma, a empresa mudou de nome: de A.C.B. Iunes (iniciais de Amanda) para J.B.A. Iunes (iniciais de José). Marcelo Iunes assumiu a prefeitura de Corumbá em novembro de 2017, após a morte do prefeito Ruiter Cunha. Esse mesmo laboratório, mesmo tendo o irmão do prefeito como dono, chegou a receber R$ 982 mil reais da Prefeitura até meados de 2020 - até ter seu contrato com a prefeitura ter sido suspenso pela Justiça.
"RICO" E PERDENDO A POPULARIDADE
Entretanto, a gestão de Iunes enfrenta críticas: uma pesquisa recente do Instituto Ranking Brasil revelou que 48% dos corumbaenses avaliam sua gestão como ruim ou péssima, enquanto apenas 16% a consideram ótima ou boa, e 30% a classificam como regular.
Esta avaliação surge após a controvérsia envolvendo a falta de ambulâncias para transferência de pacientes em estado grave para Campo Grande, um incidente que gerou críticas à administração municipal de Corumbá e muita revolta por parte da população corumbaense.