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Mato Grosso do Sul exporta cerca de 360 mil toneladas de carne bovina para o Chile, utilizando três rotas principais: via Ponta Porã, passando por Assunção, no Paraguai; pelo Paraná, rumo à Argentina; e pelo Rio Grande do Sul, também em direção ao território argentino. | Créditos: Divulgação/GOVMS
Publicado em: 12 de Fevereiro, 2025 | Fonte: redação
O Corredor Bioceânico promete reduzir custos logísticos e encurtar distâncias para a exportação da carne bovina produzida em Mato Grosso do Sul. A nova rota permitirá que o produto chegue de forma mais ágil ao mercado sul-americano e aos países asiáticos, utilizando o Oceano Pacífico.
Atualmente, Mato Grosso do Sul exporta cerca de 360 mil toneladas de carne bovina para o Chile, utilizando três rotas principais: via Ponta Porã, passando por Assunção, no Paraguai; pelo Paraná, rumo à Argentina; e pelo Rio Grande do Sul, também em direção ao território argentino. Com o corredor bioceânico, esse trajeto será encurtado pela nova ligação que passa por Porto Murtinho (MS), Carmelo Peralta (Paraguai) e Argentina, chegando diretamente ao Chile.
Para exportações destinadas à Ásia, a carga poderá seguir até os portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, facilitando o transporte via Oceano Pacífico. A infraestrutura necessária para viabilizar esse novo corredor já está em andamento, com obras avançadas nos quatro países envolvidos. Um dos projetos mais importantes, a ponte binacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, está com 65% das obras concluídas.
Segundo Sérgio Capucci, vice-diretor do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sicadems), a nova rota abrirá oportunidades para ampliar as exportações para o Chile e o Peru. Ele ressalta que a competitividade da rota para mercados globais dependerá da redução dos custos logísticos.
Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul (SETCEMS), destaca que, atualmente, a exportação de carne para países asiáticos pelos portos chilenos é praticamente inexistente. O cenário, no entanto, tende a mudar com a conclusão do corredor e da ponte binacional.
“Hoje, a pouca carga destinada ao norte do Chile segue por Santa Catarina, passando por Dionísio Cerqueira (SC) e São Borja (RS), o que aumenta a distância em 700 a 1.000 quilômetros em relação à nova saída por Porto Murtinho”, explicou Cavol.
Além da redução da distância, o setor de transportes também enfatiza a necessidade de modernizar os trâmites aduaneiros. Atualmente, caminhões podem levar de sete a oito dias apenas para cruzar Mato Grosso do Sul e o Paraguai, devido às diferentes etapas burocráticas nos dois países. Para garantir a eficácia da nova rota, o setor defende maior agilidade nos processos de liberação nas aduanas.
A viabilidade do corredor bioceânico como alternativa ao tradicional trajeto pelo Porto de Santos ainda será avaliada, especialmente no que diz respeito ao custo do frete rodoviário. No entanto, já há otimismo com as novas possibilidades de exportação para o norte do Chile e o Peru, fortalecendo a competitividade da carne bovina sul-mato-grossense no mercado internacional.
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