Pantanal MS
22 de Novembro / 2024

O TCE-MS determinou a intimação de Luiz Fernando Moreira, atual Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Corumbá, e do prefeito Marcelo Aguilar Iunes, para que tomem ciência da suspensão dos pagamentos e apresentem informações pertinentes no prazo de cinco dias úteis. | Créditos: reprodução/MSDiário

  • Publicado em: 03 de Julho, 2024 | Fonte: Ana Marchi

A operação "João Romão," conduzida pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), revelou irregularidades no processo de licitações em Corumbá. As investigações apontam que o Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla, teria criado uma empresa que venceu contratos de obras públicas somando mais de R$ 12 milhões.

Conforme comunicado oficial da PF, a investigação, iniciada em 2021, indicou que Ricardo Ametlla seria o verdadeiro proprietário da Agility Serviços Integrados Ltda. "Durante a investigação, foram identificados indícios de irregularidades que permitiram à empresa obter capacidade financeira e técnica para vencer as licitações," declarou a PF.

A operação executou 14 mandados de busca e apreensão, com equipes visitando a prefeitura de Corumbá, a residência de Ricardo Ametlla, a coordenadora do setor de licitação de obras Thamíris Lemos Franco Gonçalves, e o superintendente de serviços públicos Joelson Pereira Dib. Em Campo Grande, a PF apreendeu documentos na sede da empresa Blue Sky.

Entre os bens apreendidos, destacam-se uma caminhonete Toyota Hilux de Ricardo Ametlla, outros dois veículos, documentos, computadores e cerca de R$ 100 mil em dinheiro, divididos entre R$ 40 mil em Campo Grande e R$ 60 mil em Corumbá.

A PF afirmou que "foram alvos da operação um servidor público, servidores comissionados e efetivos envolvidos nas autorizações e fiscalizações das obras executadas, além de responsáveis pelas empresas envolvidas."

O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), inicialmente declarou não ter conhecimento das buscas. Posteriormente, limitou-se a dizer "não estou sabendo" quando questionado sobre as ações da PF.

A prefeitura de Corumbá emitiu uma nota oficial sobre a operação, afirmando que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos e nas residências de servidores. A ação foi acompanhada pela Procuradoria Geral do Município, que não teve acesso aos autos devido ao segredo de justiça. As atividades na prefeitura continuaram normalmente.

"A Prefeitura de Corumbá reitera seu compromisso com a lisura, transparência e o respeito ao erário público. O Executivo municipal está à disposição das autoridades competentes para prestar qualquer esclarecimento," conclui a nota.

Caminhonete apreendida. | Créditos: MSDiário

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