Pantanal MS
20 de Maio / 2024

Um ventilador velho, empoeirado e remendado com esparadrapo é o que os funcionários da UPA possuem para amenizar as altas temperaturas na cidade. | Créditos: Divulgação / WhatasApp

  • Publicado em: 08 de Maio, 2024 | Fonte: Fábio Marchi

Corumbá - A crise na Saúde de Corumbá está longe de ter um fim. Com problemas nas ambulâncias do SAMU e com mais uma ambulância avariada por uma colisão com uma anta na BR 262 durante um transporte de pacientes para Campo Grande, agora o problema é dentro da cidade - mais especificamente na UPA Guatós, um dos maiores polos concentradores de atendimentos urgentes da parte alta da cidade.

Segundo as informações levantadas pelo MS Diário, os funcionários e pacientes da UPA estão sofrendo com o calor corumbaense, simplesmente porque os aparelhos de ar-condicionado não estão funcionando - fazendo com que o turno de trabalho dos funcionários de Saúde no local (que podem ser de 12 a 36 horas de trabalho ininterrupto) fique insuportável.

O problema se intensifica, porque algumas salas não tem janelas - como a sala de enfermagem - e a sensação térmica torna-se “infernal”. Também não há ar-condicionado funcionando na recepção - trazendo desconforto para os pacientes:

“Cheguei passando mal com minha pressão e lá dentro estava um inferno, a gente chega a piorar, só de entrar lá.” - disse uma senhora moradora da Nova Corumbá, que não quis se identificar.

O MS Diário também recebeu a informação que os aparelhos de refrigeração das áreas de isolamento, da sutura e dos curativos também não estavam funcionando - e sem previsão para funcionarem novamente.

PREFEITURA ENDIVIDADA

Em 2017, a dívida do Município de Corumbá era de quase R$ 40 milhões de reais (R$ 39.969.719,80 reais), com o então prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, morto naquele mesmo ano. Em 2018, já na gestão de Iunes, a dívida ainda mantinha o mesmo patamar ( R$ 40.927.151,93 reais) mas em 2019 as contas mais que dobraram: quase R$ 92 milhões de reais (R$ 91.872.323,55).

Em 2020 a dívida de Corumbá já era cinco vezes maior que a de 2017, totalizando cerca de R$ 151 milhões de reais (R$ 151.062.923,08 reais) e no ano seguinte, em 2021, atingia a assombrosa casa dos R$ 202 milhões de reais (R$ 202.186.614,18 reais).

Mas o topo do endividamento do Município de Corumbá seria mesmo em 2022, com quase R$ 209 milhões de reais de dívidas (R$ 208.709.260,34 reais), um recorde jamais atingido pelo Município, em toda sua história.

No ano passado (2023), a dívida de Corumbá diminuiu um pouco, mas ainda permaneceu bem próxima da casa dos R$ 200 milhões (R$ 196.359.109,46 reais) e não há esperanças que essa dívida diminua muito nos próximos anos, tendo em vista os excessivos gastos públicos que a gestão de Iunes tem como marca registrada, com mais de 600 comissionados em uma folha de pagamento que Marcelo orgulha-se de ter dobrado em sua gestão e inúmeras obras inacabadas que precisam de constantes aditivos, inflacionando os custos originais e desperdiçando recursos públicos. 

DEVO, NÃO NEGO - PAGO QUANDO PUDER

O futuro gestor de Corumbá pegará uma Prefeitura repleta de dívidas: só dos empréstimos que Marcelo Iunes pegou do FONPLATA e “transformou” esse dinheiro em uma série de obras de qualidade duvidosa, a Prefeitura já deve pelo menos R$ 250 milhões de reais, sem contar com outras dívidas que Iunes contraiu para Corumbá, ao longo da sua gestão.

Nos últimos seis meses, o Prefeito Marcelo Iunes vem recorrendo à estranha estratégia de pegar o dinheiro que é descontado da folha de pagamento dos servidores municipais e não repassar esse dinheiro à FUNPREV - o Fundo responsável pelo pagamento de pensionistas e aposentados da Prefeitura Municipal - então o prefeito assina uma confissão de dívida e parcela essa dívida em 24 vezes, como se o FUNPREV fosse um banco de crédito. Só em 2024, Marcelo Iunes endividou a Prefeitura de Corumbá no FUNPREV em cerca de quase R$ 10 milhões (R$ 9.644.310,12 (nove milhões, seiscentos e quarenta e quatro mil, trezentos e dez reais e doze centavos) - e tudo indica que o Prefeito continuará utilizando essa estratégia, até o final da sua gestão.

O problema é que essas dívidas em relação ao FUNPREV são vinculadas ao recebimento do repasse do Fundo de Participação dos Municípios - o FPM, um recurso financeiro que é pago mensalmente para todos os municípios, praticamente o maior repasse que a Prefeitura recebe, depois dos valores correspondentes à Saúde e à Educação.

Então cada vez que Marcelo contrai uma dívida e atrela o pagamento dessas dívida ao FPM, menos dinheiro sobra para a Prefeitura pagar suas contas mensais e especialmente, para realizar novos investimentos - é o fundo do poço sendo escavado mês a mês e agora com mais essa dívida de R$ 15,1 milhões junto ao Governo Federal, a situação do Município de Corumbá deve piorar ainda mais, nos próximos meses. 

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