Iranil de Lima Soares (PP), prefeito de Ladário. | Créditos: Chico Ribeiro
Publicado em: 04 de Dezembro, 2024 | Fonte: Agencia de Noticias de MS
A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou o afastamento cautelar de Graciele Zório Franco, ex-secretária de Assistência Social de Ladário e atual superintendente na mesma pasta, em meio a acusações de assédio moral, eleitoral, perseguições a servidores públicos e demissões arbitrárias ocorridas antes e após as últimas eleições municipais. A decisão foi proferida pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, que também restringiu Graciele de acessar prédios, sistemas ou documentos da administração municipal e de manter contato com servidores ligados ao caso.
Apesar de pedidos semelhantes para o afastamento do prefeito Iranil de Lima Soares (PP), a Justiça optou por mantê-lo no cargo. No entanto, o chefe do Executivo está proibido de se comunicar com testemunhas ou servidores envolvidos, sob risco de responsabilização por interferir no processo. Iranil, que não conseguiu eleger seu sucessor, Luciano Cavalcante Jara (PP), agora enfrenta investigações aprofundadas sobre sua conduta durante o período eleitoral.
Abusos e Perseguições
A ação civil pública, apresentada pelo promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, detalha denúncias de servidores e documentos que comprovariam abusos cometidos tanto por Graciele quanto pelo prefeito Iranil. Entre as evidências estão mensagens ameaçadoras e relatos de servidores transferidos ou demitidos por não apoiarem a campanha de ambos.
Um dos casos mais emblemáticos é o de Rafaella Fernanda Sabetti Lengruber, ex-coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Após recusar-se a participar das campanhas políticas da ex-secretária, Rafaella foi demitida, transferida várias vezes e submetida a condições humilhantes, como cumprir expediente sem atribuições em uma cadeira de plástico no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Denúncias e Farra de Diárias
As investigações revelaram ainda que, mesmo afastada oficialmente durante o período eleitoral, Graciele continuava a exercer influência dentro da secretaria, gerando conflitos com sua substituta. Esses fatos corroboram a denúncia de má gestão e uso indevido da máquina pública em benefício pessoal.
Além disso, o prefeito Iranil Soares enfrenta uma condenação anterior por improbidade administrativa, relacionada ao pagamento irregular de diárias durante sua gestão como presidente da Câmara de Vereadores entre 2011 e 2013. Na época, ele foi condenado a devolver parte dos R$ 497,5 mil aos cofres públicos.
Repercussões e Próximos Passos
O Ministério Público pede a condenação de Graciele e Iranil ao pagamento de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, valor que seria destinado ao Conselho de Segurança de Corumbá e Ladário. O caso ainda cabe recurso, mas as medidas cautelares já impostas sinalizam um desdobramento rigoroso na apuração das responsabilidades.
Enquanto isso, a nova gestão municipal, liderada pelo prefeito eleito Munir Sadeq Ramunieh (PSDB), promete mudanças estruturais na administração pública local, marcada nos últimos anos por polêmicas e acusações de irregularidades.
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